2 de março de 2023
Basta de Racismo Religioso
Ao longo de sua história, o combate ao racismo religioso tem sido uma importante luta de Criola. As comunidades de terreiro, que sempre estiveram engajadas na luta por saúde, educação, justiça e liberdade da população negra, também são os principais alvos da violência contra expressões de fé.
O que é racismo religioso?
Racismo religioso é um conjunto de práticas violentas que expressam a discriminação e o ódio pelos povos de terreiros e comunidades tradicionais de religiões de matriz africana e seus adeptos, assim como pelos territórios sagrados, tradições e culturas afro-brasileiras. O termo “intolerância religiosa” não é suficiente para descrever esse conjunto de violências, que na verdade são mais uma faceta do racismo estrutural no país.
O fortalecimento da democracia passa necessariamente pelo fim da violência contra pessoas de terreiro!
Números do racismo religioso
2022 (Jan-Nov): 1072 denúncias
2021: 1017 denúncias
2020: 827 denúncias
Fonte: Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania
Entre 2020 e 2022 houve um aumento de 45% na quantidade de denúncias. Este tipo de violência é subnotificado, em razão de muitas pessoas desistirem da denúncias pela impunidade vivida em outras situações.
Campanha Ser de matriz africana é lutar por direitos
Iniciativa de valorização à contribuição social e cultural historicamente exercida por comunidades de terreiro em todo o Brasil, lançada em 2023. A realização é do coletivo Terreiros em Luta, composto por lideranças religiosas, organizações e comunidades que lutam diariamente contra o racismo religioso.
São elas: Doné Conceição d’Lissá (Kwe Ceja Gbé), Adriana Martins (Ilè Asè Isegùn Omo Osogiyan – Asè Bangbosè), Iyá Dolores (Ìyálàse Oyayele), Dolores Lima (Àse Ìdásílè Ode), Iyá Wanda de Omolu (Ylê Asè Egi Omim), Pai Celso de Oxalá (Sociedade Ketú Àse Igbin de Ouro), Iyá Rosiane Rodrigues de Iemanjá (Ilê Kenda Omin Ala), Mãe Tânia de Iemanjá (Ilê Axé Yá Manjele Ô), Babá Adailton de Ogun (Ilê Axé Omiojuaro), Babá Gustavo de Oxóssi (Ilê Axé Omi Ogun siwaju), Ekedi Thula Pires (Ilê Axé Omiojuarô), Ekedi Lúcia Xavier (Ilê Axé Omiojuarô), bem como Criola e o Instituto para Raça e Igualdade.
Manifesto dos povos de terreiro e comunidades tradicionais de religiões de matriz africana
Iniciativa cobra políticas públicas para a promoção dos direitos humanos e igualdade racial, além da garantia de reparação em casos de violação destes direitos. Cobramos parlamentares comprometidos com a defesa de toda a população, incluindo os povos de terreiro e das comunidades tradicionais de religiões de matriz africana.
Publicação
Com 20 páginas, a publicação “Terreiros em luta: caminhos para o enfrentamento ao racismo religioso” resgata as leis, políticas e serviços de proteção ao racismo religioso em âmbito nacional e também com foco nos estados do Rio de Janeiro e Bahia. Uma iniciativa do projeto Racismo Religioso e Redução da Violência e Discriminação contra Praticantes de Religiões Afrodescendentes no Brasil, realizada por Ilê Axé Omiojuarô (RJ), Ilê Axé Omi Ogun siwajú (BA) e Criola (RJ) com apoio do Instituto para Raça e Igualdade.